ESTUDANTES, SEJAM, ANTES DE MAIS NADA, GENTE…
Por: Marônio Cedro Mira / maroniocedro@yahoo.com.br
A real efetivação da práxis no sistema educacional brasileiro continua no futurismo. Percebemos, mesmo sem um olhar apurado, as lacunas entre os entes, sendo eles: a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios. O processo de municipalização da educação, que ocorre em diversos espaços político-sociais, segue, na maioria das vezes, a marca de uma nação “acéfala” no que tange a um planejamento holístico a curto e a longo prazo. Frente a isso, merece levantar umquestionamento: Vivemos de fato um pacto federativo ou é mais uma retórica contida na Constituição Federal que não tem a real efetividade na vivência dos brasileiros?
No campo da docência, nosso universo histórico é vasto, saímos, se é que saímos, de uma perspectiva, até certo ponto, dogmática do estímulo-resposta e adentramos, em diversas situações, numa “anomalia” travestida de construtivismo(s), a qual vai do “otimismo ufanista” inatista até uma roupagem neopositivista… A partir disso, resta uma indagação: As políticas públicas brasileiras possibilitaram e possibilitam uma formação sistêmica para os estudantes, educadores e gestores?
Alguns “responsáveis” dos estudantes vivem uma “adolescência” social alienada, haja vista que buscam preencher seus vazios existencialistas e dos seus “tutelados” com a marca do consumismo e, por meio disso, tornam-se fantoches de um sistema em que a necessidade não nasce de uma causa real, mas sim de uma estrutura que molda, de maneira rotativa, novos desejos, criando assim “ilusões concretas” de “necessidades fictícias”. Por isso, cabe também outro questionamento: Até quando grande parte de jovens e adultos continuarão a viver uma “adolescência” social alienada?
É nesse emaranhado de “erros e acertos” que se encontram os estudantes, os quais, pelo que ora fora abordado, não podem receber, na sua totalidade, o rótulo que não aprendem porque não querem, porque não têm interesse. Lembremos que há exceções. Por outro lado, deve-se evitar a vitimização. Isso ocorre quando são vistos como coitadinhos, sujeitos que, no âmbito global, passam a ser percebidos como ingênuos, desprovidos de qualquer racionalidade para discernir o “certo e/ou errado”.
Em face disso, urge a necessidade de frisar que os estudantes, de modo macro ou micro, fazem parte dessa nação ainda fragmentada, a qual gerou e gera espaços educacionais “anômalos”. Acrescido a isso, presenciam, em inúmeros momentos, exemplos pragmáticos de certos “familiares” que vivenciam “adolescências”sociais tardias.
Dito isso, caros estudantes, que vocês procurem rechaçar essas estagnações. Para tanto, internalizem e recriem os exemplos de dignos representantes dessa nação. Busquem também reconstruir conhecimentos de educadores que potencializam mecanismos em prol de uma educação que vincule ensino-aprendizagem, teoria-prática, emoção-cognição, técnico-científico e político-social. Correlacionado a isso, tenham como suporte pessoas que amadureceram ou caminham para isso no âmbito social, deixando de lado as ditas necessidades imediatistas.
Para que essa vivência proativa aconteça, necessita, antes de qualquer coisa, que vocês não sejam teleguiados pelos mares dos encantamentos tecnológicos que levam ao narcisismo e/ou a sensações “duradoras instantâneas”. Assim sendo, a ética universal clama que vocês sejam, antes de mais nada, gente.
Parabéns Maronio pelo o texto muito bem feito e pelos conselhos muito bem expressos, convocando toda a juventude a abrir a mente e procurar evoluir, para que assim possamos mudar esse país.