O Poder tem demonstrado com o passar do tempo que é muito mais atraente e irresistível  aos olhos dos políticos do que uma linda mulher. Aos encantos das mulheres,  às vezes, os políticos conseguem resistir, porém, da atração do Poder, eles jamais se libertam.

Talvez, aí, esteja a explicação por que, mesmo velhos e doentes, os políticos não querem separar-se do Poder e, quando ficam dele afastados, tentam recuperá-lo a qualquer custo. Para os políticos, o Poder não tem preço, e sua conquista ou  preservação é uma questão de sobrevivência.

Para os políticos, a luta pela conquista ou conservação do Poder é revestida de todo empenho e dedicação possíveis. Muitos, sequer, impõem limites a esse esforço e, não se importam, se têm de  infligir a lei, se precisam fazer a guerra ou, ainda, expor a própria  vida  e a de familiares.

Os exemplos de obsessão pelo Poder se multiplicam, cada vez mais. A sua busca incansável pelo político está em todas as esferas de governo, do município à presidência da república.

No âmbito internacional, vimos, no ano passado, o líder  Muammar Khaddafi resistir até a morte a entrega do poder político, na Líbia. Já, na Síria, onde a história se repete, estamos vendo, hoje, o líder Bashar al – Assad jogar seus exércitos contra a população civil, matando indiscriminadamente milhares de compatriotas, porque não quer entregar o Poder que detém, há mais de quarenta anos, ao povo.

Em Cuba, na década de 1950, o mundo assistiu a uma revolução que, em nome do povo e de uma sociedade mais justa, criou um regime ditatorial e, ao mesmo tempo, uma dinastia, que sobrevivem até os dias de hoje. E, passados mais de cinquenta anos, mesmo fracassando a revolução em quase todos os seus propósitos, a família Castro que governa a Ilha com mãos de ferro, não foi capaz de institucionalizar a alternância do poder, para entregá-lo a gerações mais novas e modernas que pudessem mudar a situação sócio-econômica em que  o pais se encontra, atualmente.

Infelizmente, a  maioria dos políticos tem se mostrado, por excelência, mentirosa e hipócrita. Por isso, tornou-se  um mal necessário, quando deveria ser um bem  ao povo e à democracia. Sua atuação, em nosso país, por exemplo, deixa cada vez mais a desejar, porque  a sua luta política é, de forma repetitiva,  em benefício próprio, quando deveria ser em defesa dos interesses do povo.

No país é assim, em todos os estados e em todas as cidades também é assim. O que a maioria dos políticos deseja mesmo, é assumir o poder e governar, mandar e usufruir das mordomias e vantagens que os cargos públicos oferecem. E, quando um ou outro político destaca-se pelo  comportamento sério e pela atuação em favor do povo, é preciso conhecê-lo e preservá-lo, porque trata-se de  pessoa rara.

Se levarmos esses comentários à política de Itororó, é possível perceber que a atual mobilização da  oposição local visa apenas  a conquista pura e simples do poder. Subdividida em grupos ou facções políticas, cada agrupamento busca a seu modo convencer o povo de que é a melhor opção para o município ou de que possui o melhor candidato a prefeito. E, não importa, se esse candidato pode estar inelegível ou se ele, simplesmente, representa  uma opção esdrúxula.

A união dessas facções políticas, mesmo abertamente propalada e, até, desejada por incautos, não tem como acontecer. Cada uma dessas facções  deseja,  ardentemente, a mesma coisa: o poder, exclusivamente para si. E, certamente, não pretende abdicar dessa pretensão, para entregá-lo a outro grupo político; principalmente, sabendo que o parceiro de hoje  será o inimigo político de amanhã.

Como a propalada união das facções políticas que vão disputar as eleições pela oposição, não passa de uma guerra psicológica, visando  intimidar as forças governistas que vão para a reeleição, o mais provável é que, com a aproximação do  pleito, o município tenha diversos candidatos,  disputando o cargo de prefeito.

Não importa que essa divisão de forças possa beneficiar o candidato mais forte. O que vai contar nessa hora, para cada facção política local, é a certeza de que, estar presente no pleito disputando o cargo público mais importante  do município, é fundamental para que o grupo e seu líder  político  continuem vivos na memória do povo. Em outras palavras, ficar ausente nesse momento político singular, é optar pelo desaparecimento do cenário político local, como grupo ou facção política.

A política é dinâmica, viva e pulsa como o coração. Ou você participa dela como político ativo ou você está condenado ao esquecimento pelo povo. Se ocorre a união de grupos ou de partidos políticos ou, então,  a simples adesão de líderes, sobrevive apenas o grupo ou o líder que saiu da disputa como vencedor.

Em política, a  história nos mostra, que não há espaço no poder para o político que adere, e nem sobrevida para o grupo político que se  une ao grupo que sai do pleito, como vencedor. A facção vencida acaba sendo absolvida pela vencedora. É a lei da selva aplicada, onde só os fortes sobrevivem.

Texto: Djalma Figueiredo