O brutal assassinato de três mulheres enquanto caminhavam pela Praia dos Milionários, em Ilhéus, continua sendo um quebra-cabeça para as autoridades. Embora a polícia tenha apresentado um autor confesso, as provas técnicas levantam dúvidas sobre sua participação no crime.
O principal suspeito, Thierry Lima da Silva, de 23 anos, foi preso dias após o crime e chegou a confessar envolvimento. No entanto, exames de DNA realizados pelo Departamento de Polícia Técnica (DPT), em Salvador, não encontraram material genético dele nas vítimas nem nas três facas que foram recolhidas como possíveis armas do crime.
De acordo com os laudos, inicialmente descartou-se a hipótese de estupro e constatou-se a ausência de material genético de quatro pessoas — três homens e uma mulher — tanto nos corpos das vítimas quanto no local das mortes. Um novo exame, realizado após a prisão de Thierry, em 25 de agosto, e divulgado na última quinta-feira (11), confirmou a mesma conclusão: não há DNA do suspeito nem dos demais investigados nos vestígios analisados.
Uma das vítimas era uma professora de Vitória da Conquista, o que ampliou a repercussão do caso em toda a região. A tragédia gerou comoção e protestos da sociedade civil organizada, que cobra respostas concretas das autoridades.
Apesar da confissão, a contradição entre os depoimentos e a ausência de provas biológicas levanta questionamentos sobre a real participação de Thierry e mantém o caso em aberto. A investigação segue sob responsabilidade da Polícia Civil, que continua apurando outras linhas de investigação para esclarecer a autoria e as circunstâncias do crime que chocou a Bahia.