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O PSDB leva ao ar na noite desta segunda-feira, em rede nacional de rádio e tevê, sua propaganda partidária semestral. Nela, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso põe em dúvida a capacidade de Dilma Rousseff de debelar a crise. E insinua que ela deveria renunciar.

“A economia vai muito mal”, diz FHC no comercial tucano. “E a presidente é refém de uma base de sustentação no Congresso, que a cada dia é mais do tipo toma-lá-dá-cá. Ela, na verdade, está pagando pela herança maldita que o Lula deixou.”

FHC empilha interrogações: “A presidente pode até tentar sair dessa crise, mas como? Com o PT? E o PT tem condições de sustentar alguém? Um partido que propôs o céu ao povo e não teve competência para gerir a economia, e hoje oferece o inferno da crise e do desemprego.”

Na sequência, FHC sustenta que a presidente já não tem como se desvencilhar do petismo: “Por outro lado, e se ela abandona o PT? Aí o risco de cair aumenta ainda mais.” Sem dizer a palavra renúncia, o morubixaba do tucanato dá a entender que não resta outro caminho a Dilma: “Está na hora de a presidente ter grandeza pensar no que é melhor para o Brasil e não para o PT.”

Não é a primeira vez que FHC sugere a renúncia de Dilma. em 17 de agosto, numa nota divulgada no Facebook, ele já escrevera: “A esta altura, os conchavos de cúpula só aumentam a reação popular negativa e não devolvem legitimidade ao governo, isto é, a aceitação de seu direito de mandar, de conduzir. […] Se a própria presidente não for capaz do gesto de grandeza (renúncia ou a voz franca de que errou, e sabe apontar os caminhos da recuperação nacional), assistiremos à desarticulação crescente do governo e do Congresso, a golpes de Lava Jato.”

A Globo News divulgou na noite deste domingo (27) trechos da propaganda do PSDB. Com maior ou menor grau de sutileza, a ideia de que o mandato de Dilma pode ser encurtado frequenta os depoimentos de outros líderes da legenda.

Aécio Neves, por exemplo, não chega a pronunciar o vocábulo impeachment. Mas sugere que a hipótese frequenta os planos do tucanato: “É dentro das regras democráticas que nós queremos e vamos lutar”, diz o ex-adversário de Dilma na disputa presidencial do ano passado.

O senador José Serra, derrotado por Lula na sucessão presidencial de 2002 e por Dilma na de 2014, é um pouco mais explícito. Acha que a presidente flerta com o afogamento. Afirma que “o governo Dilma está com a água na altura do nariz. Aumenta tarifa de impostos, leva o juro até as nuvens”

05 - Shekinah - Oficial

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No dizer de Serra, “os brasileiros não podem mais pagar a conta dessa incompetência do PT.” Interlocutor cada vez mais frequente do vice-presidente Michel Temer, substituto constitucional de Dilma, Serra arremata: “Sabe de uma coisa, eu acho que está na hora de o PT pagar pelos seus próprios erros.”

O governador paulista Geraldo Alckmin, que se julga o primeio na fila de alternativas presidenciais do PSDB, também criticou Dilma. Mas ele soou na propaganda partidária mais como um médico prescrevendo medicamentos do que como coveiro: “O receio Brasil não pode ficar parado por mais três anos. Só vamos sair dessa crise com mais investimento, crescimento e geração de emprego.” Em privado, Alckmin deixa claro que uma Dilma fraca até 2018 lhe interessa mais do que um governo tampão de Michel Temer.

Presidente nacional do PSDB, Aécio Neves usou sua participação da propaganda para tentar qualificar a oposição exercida pelo PSDB. Fez isso para rebater a pregação de Dilma segundo a qual a oposição rendeu-se à política “do quanto pior, melhor”.

“Nós somos oposição sim, mas somos oposição a esse governo. Nós não somos nem jamais seremos oposição ao Brasil”, disse Aécio. “Aquilo que entendermos ser necessário para melhorar a vida das pessoas, para melhorar a sua vida, nós faremos. Por exemplo: se o governo quiser trazer de volta o imposto do cheque, nós seremos contra. Ninguém aguenta mais impostos. Mas se esse mesmo governo reduzir os impostos sobre a folha de pagamento para que as empresas parem de demitir, nós sermos a favor.”

Aécio acrescenta na propaganda: “Se o governo, por exemplo, quiser tirar mais drieitos que você conquistou, nós seremos contra. Mas se esse mesmo governo quiser se esforçar para baixar a taxa de juros e fazer a economia voltar a crescer, trazendo de volta os empregos, pode contar conosco.”