:: 8/mar/2018 . 10:13

Texto: Bruno Ramos

No dia 03/03/2018, Irani Portela Pires nos deixou. Nos deixou tristes, saudosos, inconformados, reflexivos, com um turbilhão de sentimentos dentro de nós. Ela precisava ir, suas missões nesse mundo foram concluídas. Ela sempre foi intensa demais para permanecer debilitada em uma cama. Alegre demais para não poder sorrir para as pessoas. A primogênita de Arlindo e Etelvita sempre foi uma mulher altiva, perspicaz, não falava baixo ou gaguejava, era mulher demais em todos os sentidos. A mais velha entre seis irmãos, já nutria a experiência da maternidade e ainda não havia trazido à vida seus cinco filhos.

Escolheu a profissão de professora porque educar e ensinar estava em seu sangue. Alfabetizou dezenas de crianças e marcou a vida delas para sempre. Foi mãe de tantos, mas seus filhos eram o seu tesouro mais precioso. Ao lado de seu parceiro Milton, seu copiloto, ela administrou um lar, uma família, acertou e errou, mas fez o que uma mãe poderia fazer. Cada um dos seus filhos lhe deram netos. Alguns criados sob suas asas e como Avó, ela redescobriu milhões de razões para viver. Com eles, ela aprendeu mais do que ensinou.

Desde a modernidade nas redes sociais à ver esse novo mundo com outros olhos, distantes da época em que se tornara mãe. A vida lhe pregou alguns sustos, mas ela sempre reagia e lutava. Sua sensibilidade estava sempre presente, mesmo não sendo vista a olho nu.

Quantas pessoas vocês conhecem que cultivam plantas e flores hoje em dia? Quantas avós vocês conhecem que ainda hoje, espalham fotos de seus netos pela casa e costuram roupas para eles? Isso diz muito sobre qualquer pessoa. Em sua ultima publicação no Facebook, Irani compartilhou a seguinte frase: “Para onde vão nossos silêncios quando deixamos de dizer o que sentimos?”. Um presságio do que viria a acontecer e um último ensinamento que ela nos deixou. Que nós não percamos essas chances, de dizer aos nossos entes queridos, o quanto somos gratos por eles estarem ali e que o amamos.

A Missa de 7º Dia de Irani Portela será neste domingo, 11, às 19h na Igreja Matriz de Santo Antônio.