partida-finais-campeao-07-size-598O Brasil ficou vazio na tarde de terça-feira. Todo mundo se preparou para assistir o a seleção canarinho ir a busca do hexa, jogando em casa com o Mineirão lotado, a torcida apoiando, cantando, incentivando e nada… Um furacão, que atende pelo nome de Alemanha, vestido de vermelho preto, sem piedade, sem pena, sem compaixão (assim como fez na segunda guerra mundial), abriu uma artilharia pesada, fuzilando a defesa brasileira com cinco gols em 28 minutos, calando 200 milhões de vozes, parando 200 milhões de corações. No segundo tempo, vem a tampa do caixão, mais um gol dos “Alemão”, que consolidou a maior goleada da historia da Seleção Brasileira.

A maior derrota de uma seleção em toda a história das copas do mundo mostra a genialidade, a teimosia e burrice, ao mesmo tempo, de um treinador: Luís Felipe Scolari. Scolari montou aquela que seria sua família, o grupo que ganharia o hexa, que entraria para história por afastar o fantasma 1950, onde o Uruguai calou uma nação, no ato que ficou conhecido como “Maracanazzo” e ao invés disso, criou-se outro monstro, o “Minerazzo azo”, que jamais será esquecido por toda historia, tornando-se um jogo imortal, pois histórias sobre esse dia serão contadas.

O que faltou? Onde erramos? O que aconteceu? Deus está nos castigando? Qual foi o nosso pecado? Foi por que deixamos de construir hospitais para construir estádios? Faltou a presidente pagar pela comprada Copa?

Faltou homem. Faltou honrarem nossa camisa. Faltou um treinador humilde para reconhecer que também erra e precisa corrigir esse erro. Permanecer com Fred o tempo todo, foi uma burrice sem tamanho e não sou eu que estou dizendo, os números dele nessa copa falam por si só. Já estávamos sem Neymar, sem Tiago Silva e jogando com 10 jogadores contra uma Alemanha Gigante, era de se esperar tal resultado. Felipão pecou em manter Fred, pecou em não saber motivar nossos jogadores, pecou por não estudar o adversário e esperar que o fator casa fizesse a diferença. Felipão pecou em não assistir televisão e dar ouvidos a todos os comentaristas esportivos que apontavam o que era preciso fazer.

Finalmente, aos 30 minutos do segundo tempo a torcida soltou o grito de “Olé”. Era o sétimo gol da Alemanha. O time germânico passou a controlar a bola, tocar de pé em pé, levantando a torcida brasileira que passou a apoiar o time adversário e vaiar o seu selecionado. Não podemos culpar a lesão que foi

sofrida por Neymar, por que em 62, Pelé se machucou e o Brasil foi campeão, sem o melhor jogador do mundo.

45 minutos. Oscar fez o de honra. Já era tarde. As luzes se apagaram. A festa acabou para a seleção canarinho, com gritos de “Brasil, Brasil, Brasil”, vindo da arquibancada, no setor onde ficam os torcedores da Alemanha. O arbitro apita e até agora eu, assim como todos os brasileiros, tento acorda desse pesadelo, mas não acordo. É a realidade. Sofremos a maior goleada de nossa história, dentro nossa casa, disputando a nossa copa. Infelizmente não vai ser dessa vez que o nosso capitão erguerá a taça de campeão em solo brasileiro.

E com a frase de David Luís encerro esse texto: “Eu só queria ver meu povo sorrir, dar uma alegria a esse povo que sofre tanto, mas agora o que nos resta é analisar os erros e pedir desculpas a nação brasileira e prometer que um dia vou alegrar esse povo de alguma forma”.

08 de julho de 2014, o dia em que o Brasil parou. Parou de comemorar, parou de sonhar, parou de bilhar no que mais sabe fazer: jogar futebol. E como diz o jargão: “Bola que segue”. Vamos sacudir a poeira e tentar dar a volta por cima.

*Alisson é Jornalista Esportivo e atualmente ascom da OAB-Itabuna.