O ex-presidente da Petrobras José Sérgio Gabrielli foi empossado como secretário estadual de Planejamento da Bahia, nesta sexta-feira, em Salvador, diante de um auditório lotado, na sede da Fundação Luiz Eduardo Magalhães. Entre os presentes, estavam a atual presidente da estatal, Maria das Graças Foster; o presidente da Caixa Econômica Federal, Jorge Hereda; o ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, e outros políticos e presidentes de empresas.

– O que temos que fazer é reforçar a equipe, fazer as coisas acontecerem, definir mecanismos de fiscalização e controle e melhorar a utilização de recursos públicos, além de trazer mais recursos privados para o Estado – anunciou Gabrielli.

Na cerimônia, ele disse que sua saída da Petrobras foi antecipada:

– As mudanças na Petrobras é que determinaram a minha vida mais cedo. Inicialmente estava definido desta maneira (vinda em outubro), mas a decisão da Petrobras gerou esta antecipação. Não vejo nenhum problema em antecipar. Estou vindo trabalhar na equipe do governador Jaques Wagner.

Apesar de prestigiar o evento, Maria das Graças preferiu a discrição:

– Eu vim aqui apenas para abraçar o ‘presidente’ Gabrielli. Não vou falar porque hoje o dia é dele – disse em resposta aos pedidos por entrevista.

Com a nomeação do ex-presidente da Petrobras, o governador Jaques Wagner traz para o seu governo mais um possível quadro petista para a disputa da sucessão dele em 2014. Entretanto, Wagner defendeu que “ainda não é hora de pensar no assunto”.

– A chegada de Gabrielli só embaralha a sucessão para quem está jogando antes do tempo. Para mim não embaralha nada. Não é hora de preparar 2014 – rechaçou.

Ele lembrou que a posse do secretário Rui Costa (PT) na Casa Civil chegou a ser comparada com uma posse de governador.

– Agora eu chamei Gabrielli e disseram que parece posse também (…) Com muitas (opções) para escolher, fica mais fácil – brincou.

Outra preocupação do governador, além de tentar afastar o clima de disputa antecipada pela cadeira, foi a de afagar o ex-secretário Zezéu Ribeiro (PT), quinto comandante da Seplan, retirado do cargo após 13 meses para a chegada de Gabrielli.

– É uma transição tranquila, são dois quadros de longa data no partido, dentro do cenário nacional e estadual. Zezéu deu uma contribuição importante, começou as questões da mobilidade, da ponte Salvador-Itaparica – destacou o governador.

Para Wagner, o motivo da mudança foi o perfil de Gabrielli.

– Sem nenhum demérito, as pessoas não deveriam ser comparadas. Zezéu deu uma contribuição grande no trabalho que fez, mas acho que ninguém discorda que um quadro com o potencial do Gabrielli não pode ser dispensado – ressaltou. O Globo.