Imagem de Interne - Soldado de Cristo

Não quero ser alarmista e nem espalhar o pânico, mas tenho que dizer que algo está me deixando muito preocupado. Essa semana o Brasil e a América do Sul viram surgir, dentro de alguns templos de uma determinada denominação protestante, os chamados “Gladiadores do Altar”.

Nada contra um grupo de pessoas resolverem dedicar suas vidas a servir a Deus e sua religião (somos uma raça livre). O que me preocupa é como esse grupo se apresentou ao mundo: homens e mulheres, vestidos de trajes militares adentraram a igreja marchando (como o exército brasileiro), pararam diante do altar em posição de sentido e fizeram um juramento que diz: “que a partir daquele dia o objetivo de suas vidas é o Altar” (diga-se servi-lo).

Bem, a história mostra que a junção de práticas religiosas com práticas militares sempre dá um resultado nada satisfatório. Se dúvida disso, te dou três exemplos: A primeira “CRUZADA”, iniciada em 1095 pelo Papa Urbano IV com objetivo de tirar Jerusalém do domínio de Mulçumanos, que acabou desvirtuando-se de sua missão inicial e passou a cortar a cabeça de todo aquele que a igreja Católica julgava ser um herege; a “GUERRA DOS 30 ANOS”, que entre 1618 e 1638 dividiu a Europa, tinha de um lado a chamada UNIÃO EVANGÉLICA e do outro a LIGA CATÓLICA lutando por fieis e territórios; por último e nem menos cruel, podemos citar o surgimento e fortalecimento de um grupo denominado CALIFADO ISLÂMICO, cujos objetivos são decepar, queimar e dominar todos aqueles que não seguidores de Allah.

Torço para que o aparecimento dos Gladiadores do Altar seja algo simples e apenas uma pequena brincadeira de jovens evangélicos do nosso continente. E que seu líder espiritual não tenha a maldita ideia de entregar um fuzil na mão de cada cristão desse e gritar: “MORTE AOS INFIÉIS”. Pois, se isso acontecer, seremos testemunha de mais uma guerra chamada de “santa”, onde pessoas se matarão em nome de um Deus. E como dizia Renato Russo: “Não pode existir guerra santa, isso é uma contradição em termos”.

Devemos lembrar que Deus, quando criou a humanidade, nos deu o Livre Arbítrio, ou seja, o poder de escolher qual o caminho se deve seguir. Quem acredita neste Deus e em suas escrituras não pode julgar por Ele. Deixa que ele o faça, em seu tempo e à sua maneira. Atentar contra a liberdade, é atentar contra os princípios do Criador e contra tudo aquilo que Ele sonhou para os seres humanos.

Por Alisson Aguiar – jornalista, bacharelado pela UNIME, assessor de comunicação da OAB-Itabuna e apresentador do programa OABCIDADANIA na Rádio Jornal AM 560