A legislação eleitoral exige que a chapa majoritária, nas três esferas de poder, seja completa para que, assim, possa ser  submetida ao escrutínio  popular.  Portanto,  para concorrer à Prefeitura Municipal de Itororó, o partido político interessado deve homologar na sua  convenção uma chapa composta por um candidato a prefeito e  outro candidato a vice-prefeito.  Sem o cumprimento dessa formalidade legal, a chapa é nula e, por isso, não obterá o devido registro junto à Justiça Eleitoral.

Segundo nossos informantes, a  convenção partidária do PMDB, principal partido político de oposição em Itororó,  será realizada no próximo sábado,  dia 30, último dia fixado pelo calendário eleitoral para que os partidos políticos interessados no pleito façam as suas convenções.

Ocorre que está  faltando apenas dois dias para essa data. E, pelo que se sabe,  a chapa única majoritária do PMDB que vai à convenção para ser homologada pelos filiados do partido, ainda está incompleta.  Falta-lhe o candidato a vice-prefeito.

Mas, por que será que, as véspera de sua convenção, o PMDB ainda  não conseguiu formar  a sua chapa majoritária?  Dizem que as pessoas consultadas até agora declinaram do convite para dela participarem. Do Democrata, partido que se propõe aliar ao PMDB, nenhum dos três candidatos a vereador aceitou a indicação do chefe Edineu. Estes alegaram que não vão deixar a eleição quase certa para a Câmara Municipal para integrarem uma chapa majoritária, cujo registro  ainda vai depender do candidato a prefeito, no caso de vir a ser Marco Brito, conseguir junto à Justiça Eleitoral reverter a sua condição de inelegível.

Acontece que, a dois dias da convenção, a condição  eleitoral do provável candidato a prefeito pelo PMDB continua a mesma. O que leva a crer que ele entrará na convenção de seu partido como pré-candidato inelegível, e dela sairá,  já como candidato, também inelegível.

Mas, o pior para o PMDB virá depois.   A próxima quinta-feira, dia 05 de julho, será o último dia para os partidos políticos requererem junto à Justiça Eleitoral o registro de seus candidatos a prefeito, vice-prefeito e a vereador. E, a permanecer as coisas como estão, é absolutamente certo que a Justiça Eleitoral em Itororó indeferirá o pedido de registro da candidatura de Marco Brito. A partir daí, começa  uma dificílima batalha judicial nos tribunais superiores  para que essa  decisão seja reformada. Enquanto isso, em Itororó, o PMDB  estará realizando uma campanha política para um candidato inelegível.

Talvez, por todas essas dificuldades, já se comenta por toda a cidade que o PMDB estar pensando em desistir do nome de  Marco Brito e, em seu lugar,  apresentar um pré-candidato  ficha limpa.  Mas, por enquanto, são apenas comentários, porque Marco é o dono do partido no município, e a substituição de seu nome somente ocorrerá se ele mesmo aprovar.

Para Marco Brito vai ser  muito difícil desistir do seu projeto de ser prefeito de Itororó.  Durante três anos e meio, ele  sonhou e se preparou para esse momento. Portanto, a essa altura da campanha, renunciar a ideia de voltar à Prefeitura do município, será com certeza  um golpe insuportável para o homem político.

O que, facilmente,  não se acredita por aí, é que Marco Brito possa ter  um desprendimento tão grande que o leve a desistir do sonho de tentar  ser prefeito de Itororó, mais uma vez. E ele sabe que, se não puder  tentar agora,  somente poderá fazê-lo em 2020, pois a sua inelegibilidade é por oito anos.

Mas, a  desistência de Marco Brito para encabeçar a chapa majoritária do PMDB resolverá todos os problemas de ordem legal que, neste momento,  atormentam seriamente a oposição política dentro do município. Ela abre a oportunidade  da oposição compor uma chapa ficha limpa e, assim, acabar de vez com a eventual possibilidade do município entrar nessas eleições com candidatos únicos a prefeito e a vice-prefeito.

Mas, quem poderá substituir Marco Brito na chapa majoritária do PMDB com força suficiente para enfrentar o rolo compressor   do prefeito Adroaldo? Se for levado em conta que os chefes políticos não costumam apresentar candidatos fora de seu restrito meio político ou familiar, não vejo um só nome que, a essa altura, possa empolgar e atrair a sociedade e o  eleitorado de Itororó e, assim, disputar com alguma chance de vitória essa batalha  eleitoral.

Por outro lado, uma campanha eleitoral para prefeito, mesmo modesta, requer   altos investimentos. É malhar em ferro frio ou nadar e morrer na praia um enfrentamento sem recursos de campanha. Por isso, se a oposição pretende de fato formar outra chapa majoritária para disputar a Prefeitura, prioritariamente, terá de ver de onde virão os recursos que financiarão a  campanha eleitoral. É evidente que, no município, ninguém acredita que Edineu e Marco  possam juntos ou separados bancar  financeiramente uma campanha  eleitoral em que não sejam candidatos.

Texto: Djalma Figueiredo