EDITORIAL: O PROCESSO ELEITORAL EM ITORORÓ
Na semana que se passou, e neste último domingo, dois fatos políticos destacaram-se pela importância que terão para as próximas eleições, na cidade de Itororó. O primeiro deles foi a adesão de Dr. Vitalino Neto, presidente do PT do B local, à reeleição do prefeito do município. O segundo fato foi a Convenção do PT de Itororó e de seus 14 partidos aliados para homologar a candidatura a prefeito e a vice de Adroaldo Almeida e Delmara Brito, respectivamente; além, é claro, dos 44 pré-candidatos à Câmara Municipal.
O apoio do político Vitalino ao prefeito, embora alguns adversários políticos procurem subestimá-lo, além de levar algumas centenas de votos à chapa majoritária do PT, isola mais ainda, no cenário político local, os líderes de oposição Marco Brito e Edineu Oliveira.
Marco ainda tentou evitar que esse apoio se concretizasse, ao procurar dias antes o Dr. Vitalino para juntos celebrarem um acordo politico-eleitoral. Mas, segundo nossas fontes, o presidente do PT do B recusou qualquer entendimento político com o ex-prefeito. Para isso, alegou duas fortes razões: a coligação do ex-prefeito com Edineu Oliveira, e a perseguição política de seu governo aos servidores públicos municipais concursados, ocorrida nas suas duas gestões à frente do município.
Detalhando a primeira razão, o Dr. Vitalino alegou que não havia a menor condição de participar de uma coligação política com Edineu, uma vez que foi por este preterido, assim que o procurou para obter apoio a sua possível candidatura a prefeito do município. Quanto à segunda razão, o presidente do PT do B local alegou que era um defensor do funcionalismo público municipal, perseguido politicamente pelo governo do ex-prefeito e que, também, não comungava com seu estilo revanchista que, novamente, ele prometia implantar no município, caso fosse eleito. Ilustrando o alegado, Dr. Vitalino citou os atos de transferências de alguns servidores de alto nível para dar expediente no Matadouro Municipal, inclusive duas senhoras grávidas. E completou falando da forma irreverente e carregada de ódio como Marco Brito refere-se ao prefeito Adroaldo e a vice Delmara Brito, em todos os seus pronunciamentos políticos.
Nossas fontes também informaram que o ex-prefeito Marco Brito dissera ao seu anfitrião que estava aguardando a indicação do candidato a vice por Edineu, bem como a sua contribuição em dinheiro para a campanha. Questionado a respeito do desinteresse pela campanha política, até agora manifestado pelo líder do Democrata, Marco Brito alegou que, caso Edineu não indicasse o vice ou não desse o dinheiro para a campanha política, escolheria a vereadora Cristina para vice de sua chapa.
A respeito das eleições proporcionais, Marco Brito declarou que seu partido, o PMDB, não fará coligação com o Democrata, pois não está em seus planos facilitar a reeleição dos três vereadores de Edineu, enquanto contribui para derrotar os seus próprios candidatos a vereador.
Depois dessas declarações, tornadas públicas, a subida de Edineu ao palanque de Marco Brito passou a ser um ato deveras constrangedor. Essas declarações confirmam o que sempre falamos a respeito da união política dos dois: é um abraço de amigos ursos, em que cada um está pensando seriamente em esmagar o outro.
Embora o eleitor que continua apaixonado politicamente por Edineu, não tenha maiores opções para estas eleições, ele sabe que votar em Marco Brito é votar no próprio inimigo. Ele também sabe que, caso o ex-prefeito seja eleito, não terá direitos de sonhar com vantagens ou favores políticos para depois de sua posse, porque acredita que, como as benesses públicas são poucas, elas serão todas revertidas aos amigos e aos correligionários do ex-prefeito.
É natural que o eleitor de Edineu pense assim porque, do mesmo modo, pensariam os eleitores de Marco Brito se a situação fosse invertida. Uma rivalidade política de vinte anos não se desfaz com apenas uma eleição. Para isso, é preciso primeiro que o líder político se aposente, saia do cenário político para, depois, então, os seus eleitores tomarem um novo destino político.
Enquanto isso, a situação eleitoral do pré-candidato Marco Brito junto à Justiça permanece desesperadamente a mesma. Sua nova tentativa nesta Comarca, para obter uma antecipação de tutela que suspenda os efeitos do ato da Câmara Municipal que rejeitou sua prestação de contas para o exercício de 2008, e o torna inelegível, foi mais uma vez negada. Ontem, o Diário de Justiça do Estado publicou essa decisão, sob o título de “não concedida antecipação de tutela”.
Texto: Djalma Figueiredo