palmeirasTrezentos e quarenta e três dias depois, o Palmeiras está de volta à primeira divisão do futebol brasileiro. Neste sábado, após grande festa dos torcedores – que praticamente lotaram o Pacaembu -, o Verdão não conseguiu vencer, mas nem precisava disto. Bastou empatar por 0 a 0 com o São Caetano, em um jogo marcado pelas boas atuações dos goleiros, para garantir matematicamente o acesso à Série A do Campeonato Brasileiro.

O Palmeiras sacramentou o retorno à elite nacional ainda antes de a sua própria partida acabar. Com a vitória do Joinville por 1 a 0 sobre o Paraná Clube, em Santa Catarina – definida aos 42 minutos do segundo tempo do jogo no Pacaembu -, o time comandado por Gilson Kleina garantiu matematicamente o acesso e poderia até perder o seu jogo. No entanto, apesar de estar empatando sem gols, seguiu buscando a vitória, mas sem sucesso.

Um dos vilões foi o goleiro adversário, Rafael Santos, que fez grandes defesas ao longo da partida e impediu um melhor resultado alviverde. O outro foi a ansiedade. Desde o apito inicial, o Verdão se mostrou tão apressado na busca por um gol, que finalizou os os 90 minutos sem nenhum. Ainda não fosse Fernando Prass, que parou o abusado ataque do São Caetano principalmente no segundo tempo, o Palmeiras poderia ter saído do Pacaembu com uma derrota.

No fim, a igualdade, embora não tenha agradado à boa parta da torcida – que vaiou o time ao fim do duelo – e a alguns jogadores – que afirmaram não estarem satisfeitos -, foi o resultado mais justo pelo que aconteceu dentro de campo. O Palmeiras alcançou os 69 pontos e, com seis rodadas restantes, não pode ser mais alcançado pelo quinto colocado, Icasa – a 19 de distância. Mesmo sem brilho e grandes comemorações, o dono do maior número de títulos nacionais está de volta à primeira divisão do Brasil.

O jogo – Depois de ter ficado cinco partidas fora do time, Valdivia começou bem o encontro com o São Caetano e fez duas assistências na esquerda, mas Juninho e Wesley não aproveitaram. Com isso, o time buscou uma alternativa para ameaçar, e Vinícius arriscou de longe, para defesa de Rafael Santos.

Em meio ao clima de festa, o Palmeiras se mostrou desajustado em campo e só voltou a levar perigo aos 16 minutos, quando Valdivia acionou Wesley na esquerda, que driblou o marcador e chutou muito fraco, nas mãos de Rafael Santos. O ímpeto em resolver logo na frente fez o time da capital dar espaços atrás.

Desta forma, o São Caetano quase surpreendeu. Marcelo Soares recebeu nas costas de André Luiz e saiu de frente para Fernando Prass, que salvou o Verdão. No lance seguinte, Luis Felipe soltou um foguete da direita e exigiu boa defesa de Rafael Santos. Mas o Azulão estava atento para responder. Cassiano dominou na esquerda da área, driblou o marcador e bateu, mas Prass fez grande intervenção.

Valdivia continuou assumindo as funções no meio, enquanto a torcida já ficava impaciente com a falta de gols. Aos 26, a partida começou a ter polêmicas. Vinícius recebeu jogada, sofreu o choque e pediu pênalti. O chileno poderia ter ficado com a bola para bater de dentro da área, mas deixou passar e preferiu reclamar, desperdiçando a chance de levar perigo. O lance gerou muita reclamação dos palmeirenses.

Irritado com Wilson Luiz Seneme, o Verdão seguiu no ataque. Depois de cobrança de escanteio de Wesley, a bola sobrou para André Luiz, que não aproveitou. O rebote ainda ficou para Henrique, que limpou a marcação e arrematou por cima, assustando o adversário.

Mas a maior polêmica da etapa saiu aos 38 minutos. Wilson Luiz Seneme marcou pênalti do goleiro Rafael Santos sobre Alan Kardec. Os jogadores do São Caetano reclamaram bastante, e o assistente chamou o árbitro para dizer que não houve infração na jogada. A partir daí, as críticas passaram a ser dos palmeirenses, em uma confusão que durou quatro minutos. Ao desistir do pênalti, Seneme deu bola ao chão e reiniciou a partida.

Antes do fim do primeiro tempo, Valdivia ainda recebeu passe de Márcio Araújo e deu trabalho ao goleiro, enquanto a torcida se concentrava em xingar o árbitro e também o assistente.

No intervalo, o São Caetano teve a entrada de Anselmo na vaga de Jardel, mas quem ameaçou primeiro foi novamente o Palmeiras, com um chute perigoso do lateral direito Luis Felipe. Depois da etapa inicial com sol muito forte, o calor diminuiu no segundo tempo, deixando os dois times mais rápidos em campo.

Assim, Valdivia fez o passe na esquerda para Wesley, que rolou para Juninho cruzar para Alan Kardec. O atacante desviou, a bola bateu nas costas do goleiro e quase entrou, levantando a torcida. Ao ver o adversário melhor, Pintado fez mais uma alteração, com Geovane na vaga de Cassiano Bodini.

Mesmo assim, o time do ABC continuou pressionado. Em avanço ao ataque, o zagueiro André Luiz recebeu na área, driblou o marcador e finalizou rasteiro, em mais uma defesa de Rafael Santos. Apesar do esforço de seu time, Kleina percebeu a dificuldade na finalização e tirou Vinícius para colocar Serginho.

Com a presença constante do Palmeiras na frente, o São Caetano passou a exagerar nas faltas na intermediária. Mesmo assim, o Verdão desperdiçou uma série de batidas, com Wesley, Luis Felipe e Henrique. Na primeira resposta do Azulão na etapa, Anselmo obrigou Fernando Prass a fazer boa defesa. Pouco depois, Eder ameaçou novamente o goleiro palmeirense.

O jogo, então, caiu de ritmo, e o Palmeiras pelo menos parou de correr riscos. Por outro lado, seguiu buscando o gol da vitória e assustou em chegadas de Ananias, Felipe Menezes e Juninho, mas novamente parou nas boas defesas de Rafel Santos. O time do ABC paulista ainda assustou em nova investida de Éder – que foi brecada por Fernando Prass -, mas mostrava não ter mais forças para conseguir algo além de um empate.

Quando o relógio mostrou 42 minutos do segundo tempo, veio a notícia: Fim de jogo em Santa Catarina, vitória do Joinville por 1 a 0 sobre o Paraná Clube, em Santa Catarina. Este resultado, por si só, garantiu o Palmeiras de volta à primeira divisão. A torcida esboçou uma comemoração, mas pareceu mais preocupada em conseguiur o acesso com uma vitória. Algo que não aconteceu. Após os três minutos de acréscimos determinados pelo árbitro Wilson Luiz Seneme, a partida acabou, e o Verdão teve o seu retorno à Série A do Campeonato Brasileiro sacramentado sem nenhum brilho.