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A biomédica itororoense Andria Freitas, que residia no distrito de Bandeira do Colônia, faz parte de um grupo de pesquisadores da Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc) [Ilhéus-Itabuna] que usa o cacau para criar medicamento que atue no combate ao novo coronavírus. A equipe liderada pelo pesquisador Carlos Pirovani ganhou o apoio da Fapesb na pesquisa de avaliação do potencial de enzimas presentes no cacau para atuar contra as proteases presentes no vírus. Em palavras simples, Carlos Piovani resume a proposta do seu estudo. 

“Essas proteases do vírus atuam como tesouras, cortando as grandes moléculas do vírus, o que o torna capaz de infectar o nosso organismo. No laboratório de Proteômica da Uesc, testamos a hipótese de que alguns inibidores que encontramos em proteases do cacau possam bloquear o efeito das ‘tesouras’ do Coronavírus”, explicou. Segundo o pesquisador, o cacau já era usado para produzir substâncias que servem no tratamento de outras enfermidades. O pesquisador conta como surgiu a ideia de desenvolver o estudo.

“Lá na Universidade, nossa equipe já trabalha com moléculas do cacau (inibidores de proteases) desde 2005. Já testávamos essas moléculas contra diferentes doenças e decidimos aplicar nosso trabalho para ajudar, por meio da ciência, a combater a pandemia da Covid-19. Como as proteases (tesouras) do coronavírus são alvos promissores para a criação de drogas inibidoras, decidimos realizar os testes e verificar se os inibidores que encontramos no cacau encontramos são eficazes e podem gerar um medicamento contra a doença”, disse. O pesquisador disse que o grupo vem recebendo mensagem de pesquisadores do exterior, o que os motiva ainda mais para continuar o trabalho.

O projeto conta com apoio da farmacêutica Brenda Santana, da bióloga Monaliza Macêdo e da biomédica Andria Freitas, todas estudantes de mestrado ou de doutorado da Uesc, que são responsáveis pelas análises laboratoriais. Além disso, contou com a contribuição da Universidade Federal de Viçosa (UFV) e outros pesquisadores da Uesc como as professoras Jane Lima e Luciana Debortoli, além do professor Eric Aguiar e da biomédica Danielle Lopes. “Projetos desta natureza só são viáveis quando se envolve uma equipe multidisciplinar de forma a contemplar uma ampla gama de conhecimentos específicos e metodologias a serem empregadas, além do incentivo por parte da gestão pública. O apoio da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti), por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa da Bahia (Fapesb), é fundamental neste processo, concluiu Carlos. Fapesb.