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Chega o mês de junho e o cheiro de bombinhas e fogos começam a tomar os ares da terra do carne de sol. A cidade começa a ser ornamentada e o comércio ver aumentar o fluxo de suas vendas. É o São João! A festa mais esperada do ano para os moradores do interior do nordeste. É o mês da canjica, do milho cozido ou assado, do amendoim, do licor, da fogueira, das farras nas casas dos compadres, do pau de fita, pau de sebo, das quadrilhas e do forró. Apesar de muitas tradições juninas já terem sido esquecidas pelo povo (ou governantes) das cidades, em Itororó “Os Fanfarreiros” não deixam a tradição morrer e todos os anos, aos trancos e barrancos, se apresentam com cerca de 20 casais na Praça Coronel João Borges.

Liderada pelo ativista cultural e social, Renilton Oliveira, a Associação Cultural Fanfarreiros de Itororó existe desde o final de 2004. O que começou com nove jovens que se reuniram para tocarem numa banda marcial que o saudoso CEGV (Colégio Estadual Getúlio Vargas) ganhou de um deputado, tornou se um projeto social enorme, por onde já passaram mais de 100 jovens (de todas as idades) nestes quase 12 anos de existência. Liderados por Renilton, desde que foi fundado, o grupo sempre encontrou (e encontra) dificuldades financeiras para tocar os seus projetos e já chegou a ser visto com olhos preconceituosos por algumas pessoas da “sociedade itororoense”, mas estes empecilhos nunca foram motivos para que eles desistissem ou abaixassem as cabeças.

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Quem tem pouco mais de 25 anos, lembra que no São João de Itororó, além de se apresentar as bandas de forró mais tocadas do momento, tinha concursos de quadrilhas, de pau de fita, da rua mais enfeitada, do “arraiá” mais animado e o famoso desafio do pau de sebo. Há quem duvide, mas essas atrações culturais movimentavam a cidade – principalmente os jovens que tinham que se preparar por meses para as apresentações – e também faziam a Praça do Festsol se encher mais cedo, com o público que vinha assistir e aplaudir as manifestações culturais. Infelizmente, essas tradições foram sendo esquecidas, a cada ano e a cada governo que entrava na prefeitura local. O que os “Fanfarreiros” fazem, há mais de 10 anos, é não deixar a comunidade esquecer o verdadeiro espírito dos festejos junino.

O que se espera é que a população tome como exemplo os esforços feitos por este grupo de jovens em manter as tradições vivas. Posso está sendo redundante ao bater na tecla da “Tradição”. Mas, é necessário. Precisamos voltar às raízes. Reviver as coisas boas do passado. Assim como fez a “Turma da Pesada”, que se reencontrou 30 anos depois para realizar o casamento da roça de Lila Azevedo e Wildeberg Rodrigues, desfilando de carroça aberta pelas principais ruas do centro da cidade, no primeiro dia de festa, anunciando que o São João tinha chegado a Itororó. Todos tem que se levantar. Ir à luta. Não esperar só por políticos. Temos que fazer a nossa parte e não deixar a nossa Tradição (mais uma vez essa palavra) morrer. E para 2016, fica a dica: “Vamos resgatar o nosso “São João Cultural”.

Por Alisson Aguiar

06 - Super Pop Modas