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A queda de um Boeing 737 da Gol no Mato Grosso em setembro de 2006, que matou 154 pessoas que estavam a borda, inviabilizou mil quilômetros de uma terra indígena. De acordo com a crença dos índios kayapó, o local se tornou um mekaron nhyrunkwa, uma área sagrada, que quase nunca deve ser frequentada, onde estão os espíritos mortos. Por conta da queda do avião a região, que tem uma circunferência de raio de 20 km na terra indígena, foi inviabilizada. Por conta disso, mais de dez anos após a tragédia, e com o intermédio do Ministério Público Federal, a Gol e os índios firmaram um acordo em que a companhia aérea irá pagar uma indenização de R$ 4 milhões à comunidade de Copoto-Jarina. Além de reparar os danos espirituais causados aos índios, a companhia irá indenizá-los por não ter retirado os destroços do avião da floresta. O processo de retirada, de acordo com eles, “implicaria um dano ambiental muito expressivo, superior à permanência deles na região”. O valor de R$ 4 milhões será depositado em uma conta do Instituto Raoni, uma entidade sem fins lucrativos criada pelo cacique de mesmo nome em 2001.

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